quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

[Desafios Literários] Um Mundo Perfeito


Autor: Leonardo Brum
Número de Páginas: 296
Editora: Novo Século
Ano: 2008
Nota: 08/10

Sinopse:
Em Pedra-Luz, os moradores ansiavam encontrar uma jóia rara que acreditava-se estar escondida na ilha e que havia sido roubada dos piratas mercenários na virada do século XIX. Cercada de inúmeras lendas e mistérios, dizia-se que tal jóia era capaz de realizar os desejos mais secretos das pessoas. Naquela fatídica terça-feira do ano de 1995, o encarregado da Central Foods encontrou a ilha completamente deserta. Para onde teriam ido todos os habitantes que desapareceram sem deixar vestígios? Sua salvação dependia de uma força maior que parecia inexistir em suas vidas. Um mistério que remonta os primórdios de Pedra-Luz. Um segredo familiar guardado a sete chaves. Um perigo arrebatador tão antigo quanto a própria alma dos homens.


Resenha:

Um mundo perfeito. O sonho de qualquer um. De todos. Mas e se fosse fácil conseguir, somente pedindo com muita fé? Pois é, isso aconteceu em Pedra-Luz. Só que cada pessoa tem uma visão diferente do que seja ‘perfeito’. Todos pensaram individualmente, no que seria melhor para si e não em um bem maior.
Todos os 206 moradores da pequena ilha fazem seus pedidos e são atendidos. E então tudo acontece...
Uma série de acontecimentos estranhos e uma antiga lenda sobre uma maldição paira sobre todos e é a explicação para o mistério que se desenrolará em sete dias...ou mais?
Todos na ilha eram pessoas simples, com problemas de pessoas simples como era o caso de Melissa, vivendo uma desilusão amorosa tão intensa que começa a duvidar da sua real necessidade de viver e pelo quê viver...

“...Se era verdade que o amor, dada a sua leveza, dava asas à pessoas, a sua perda deixava a alma presa em uma gaiola triste e sem luz. Dentro de um pequeno espaço vazio, onde o pior sofrimento era o fato de saber-se viva e não poder viver. O seu amor era tanto e tamanho o sofrimento que sentia, que saber-se viva trazia um vazio maior que a alma. Não podia imaginar-se sozinha no mundo, relegada por um amor que era parte dela própria...” pág. 64

Outras, adolescentes, com problemas menores mas que se tornam enormes devido à essa fase sofrida (drama modeon). É o caso de Janete

“...- Eu quis que meus olhos enxergassem mais do que os das outras garotas, porque achava que elas eram mais perfeitas do que eu. Mas sabe o que aprendi? Não existe o mundo perfeito, porque ninguém é e nem pode almejar ser perfeito. Todo mundo é igual, porque todo mundo tem defeitos e qualidades, e agora o que mais eu queria era voltar a ser como antes...” pág. 198

O que achei legal neste livro foi a demonstração de quanto o ser humano é egoísta e acomodado. O quão difícil é compreender coisas básicas.

“... Para os moradores da ilha, tão acostumados ao conforto e aos bens que o dinheiro podia comprar, algumas coisas pareciam difíceis de compreender. Talvez ele precisasse de uma força maior do que imaginava ter para convencê-los. O absurdo se mostrava como a mais temível realidade, mas talvez fosse difícil entender o absurdo...” pág. 205

Esse é o primeiro livro do Leonardo Brum e acho que ele promete. O estilo é gostoso de ler. Nem muito rebuscado, nem muito básico. Consegue falar palavrão e falar de fé sem ficar confuso ou piegas.
Na minha humilde opinião, a mensagem que o autor quis transmitir pode ser lida nesse trecho

“... Era preciso construir um mundo novo. Um mundo não mais perfeito, um mundo simplesmente humano. Precisaria de forças, sim. Mas alguma coisa no fundo de seu coração a impelia para frente, embora ela não tivesse a mínima ideia do que fosse. Parecia uma grande mão que era maior do que ela própria, cobrindo-a com um véu e, de repente, acreditava que nada poderia lhe acontecer. Se conseguisse enfrentar a criatura, de alguma forma poderia fazer com que tudo voltasse a ser como antes. Desejava imensamente salvar todas as pessoas da ilha, que padeciam diante de um grande silencio que lhes apagava o valor mais humano de suas almas e as deixava impotentes diante do perigo que as fariam apagar-se de vez no mundo...” pág. 253

Dá pra ficar pensando, depois de ler isso: Qual a “criatura” que estou enfrentando? Qual meu maior medo?
Leiam!

Esse livro é para o Desafio Realmente Desafiante n.15!!







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